sexta-feira

Programa do Módulo
Arte e Educação - Estratégia de Programação

Formador: Giacomo Scalisi

Na época actual, é possível ter uma visão mais ampla do que pode ser uma programação teatral, porque testemunhamos nas obras de muitos artistas uma procura insistente de diferentes territórios, suportes e linguagens que evoquem a força das suas visões de teatro.
Estas aulas abordarão o tema do papel da arte na nossa sociedade em relação à educação, questionando a responsabilidade que os diferentes organismos gestores da cultura – teatros, museus, centros culturais, mas também programadores e artistas – põem no seu trabalho quotidiano.

Pressupostos:
- a arte como necessidade da vida;
- a arte como visão do mundo;
- a arte necessária;
- a arte atenta às transformações sociais, reflexo das possíveis mudanças;
- a arte como um espaço vivo, cheio de questões críticas sobre a ordem do mundo;
- a “auto-educação” do adulto como lugar de definição da relação entre arte e educação, base essencial para o diálogo, a reflexão e a discussão construtiva;
- a arte como encontro entre as diferentes artes, um percurso de iniciação ao teatro, dança, música, circo, artes visuais e cinema;
- a importância da arte e a necessidade da sua existência no interior da vida individual e social;
- a iniciação à arte como processo de construção criativa da vida, na convicção de que a arte pode contribuir para mudar a vida de uma pessoa, seja adulto ou criança.

Programa:
- reflexão sobre o estado das artes no mundo contemporâneo, e de como operam em âmbitos diversos;
- consideração do binómio arte e educação no contexto das artes no mundo contemporâneo, como paradigma de força e interdependência;
- conhecimento e análise de projectos europeus cujo campo privilegiado de acção é a relação entre escola e arte em diversas situações de encontro;
- estudo de alternativas possíveis e concretas de transformação das realidades de ensino e aprendizagem;
- reflexão sobre a redefinição da relação entre artista, público e “casa teatro”, a partir de novos percursos artísticos;
- a procura de uma nova geografia poética que renova a vivacidade da relação entre os artistas e o público;
- a relação entre a arte e a sociedade, numa dimensão de permanente mudança de territórios, espaços, pensamento e política. Novas estratégias de acção, novas ideologias, novos projectos culturais.

Temas e questões:
- Quais são as perguntas que devemos fazer a nós próprios, ao público e aos artistas para redefinir os territórios da arte?
- Como renovar o papel da programação artística, a partir dos seus próprios espaços, da relação com o público e da presença de artistas?
- Que relações inéditas podemos construir com base numa ideia de “abertura, procura e experimentação”?
- Como podemos habitar estes espaços à procura de uma relação original, necessária ao artista e à sua própria arte, construída a partir do seu próprio projecto artístico?
- Como podemos despertar a curiosidade e surpreender potenciais públicos diferentes, propondo cada encontro como um momento único de uma participação imprevisível e visionária?

Metodologia e aulas:
- Analisaremos, através de exemplos de programação artística, imagens de espectáculos, percursos artísticos de alguns teatros e companhias europeias, as diferentes motivações e objectivos que determinam a concepção da relação entre a arte e os diferentes públicos;
- Daremos prioridade à infância, que necessita de uma atenção particular no conteúdo e na linguagem, alargando, transversalmente, o nosso olhar a toda a população, jovens, adultos e idosos, procurando formular um novo conceito de “público jovem”.

 No próximo Dezembro, a segunda edição do POP - Encontro das Artes e dos Ofícios do Espetáculo